Simbolismo do Arcano XXII - O Louco
O personagem sai triunfante da Casa da Luz, tendo realizado o ritual de Iniciação dos sacerdotes. Carregando com ele suas conquistas. Está envolto com a pele de leopardo, vestimenta própria dos sacerdotes. Representa a realização do Trabalho de Copas: ele traz em si os atributos necessários para a manifestação dos dons desenvolvidos e manifestados.
Na mão esquerda o Cajado, mostrando que ele construiu seu rebanho e sua plantação, resultado do Trabalho de Paus, representando que ele conquistou as estruturas básicas no ciclo passado.
Na mão direita, a Chave da Sabedoria mostrando que ele aprendeu tudo o que deveria aprender neste período. O resultado do Trabalho de Ouros, a consciência e o uso dos conhecimentos.
Do Plano Material aparece o Crocodilo, símbolo das forças subterrâneas dominadas. O Crocodilo reúne toda a matéria prima a ser aperfeiçoada. Representa a conquista do Trabalho de Espadas, a realização dos objetivos da transformação dos dons em capacidades. A ultrapassagem dos obstáculos e contradições.

No Plano Espiritual o eclipse que se aproxima, como uma advertência contra os perigos decorrentes de achar que o Trabalho está terminado e que nada mais há a fazer.
A postura do personagem no Arcano é de decisão e confiança, em movimento e olhando para frente, para a sua nova conquista. Ele demonstra uma certa inconsequência, ignorando o alerta do Plano Espiritual, pisando no crocodilo como se ele não existisse.
Está aqui representado o Mago ao final de uma etapa do seu Caminho, ao longo do qual ele trabalhou os elementos que foram colocados à sua frente para que ele o construísse. Note-se que ele não traz consigo, ostensivamente, nenhum dos sinais de iniciação, o que significa que ele continua sendo um viajante, que pode, ou não, ter atingido o estado final de identificação com o Universo.
Princípio Hermético
O Arcano XXII representa sempre o final de um ciclo, um estágio, uma jornada do caminho que ele se propõe a percorrer. O final de uma jornada traz sempre uma sensação de realização, de satisfação por ter alcançado algo almejado e, mais que isso, o acúmulo de alguma quantidade e qualidade de conhecimento.
A rigor, o personagem do Arcano, ao se apossar de seus dons deveria alcançar um elevado grau de integração com o Universo - uma consciência elevada e uma percepção precisa do seu funcionamento. Mas, ao chegar a esse nível, ele se distancia tanto de seus semelhantes, que ninguém mais o compreende. Ao encarnar o Arcano XII, ele já via tudo às avessas, mas ainda sob um ponto de vista humano. Agora, no entanto, ele não consegue ver as coisas sob um enfoque apenas terreno, sua visão é muito mais ampla e o seu ponto de vista se aproxima mais do divino e eterno.
Aqueles que lidam e convivem com o personagem se sentem mal, por não conseguirem entende-lo e por não dar ele qualquer explicação sobre si mesmo ou se preocupar em discuti-las. Seu verdadeiro rosto e o seu caráter não podem ser vistos, o seu verdadeiro Ser não está ao alcance deles, pois eles não conseguem manter o seu nível vibracional.
É desta forma que a Lei XXII, como qualquer Lei, exerce a sua pressão sobre os indivíduos. Ela não quer saber se eles estão preparados para lidar com ela ou não. Essa energia é “despejada” sobre a criatura, quer esteja ela preparada ou não. Talvez, para os afetados por esta Lei, uma das principais conseqüências seja a permanente dificuldade de assumir posições, pela falta de certezas causada pelo que se deveria se originar de uma visão ampla do Universo, não existente na realidade vivida, mas sugeridas pela Lei nas mentes das pessoas.
Influência Astrológica.
Peixes, morada de Vênus – Esta influência concede ao Arcano a sensibilidade, a capacidade de amor aos semelhantes dentro de uma visão sem compromissos, solta e livre, a percepção das fraquezas humanas e o conhecimento da vida como alguém que já viveu todas as experiências na totalidade de suas facetas. Deste modo vê tudo com um certo “cansaço”, com um olhar de quem já sabe, mas ainda não penetrou profundamente nos mistérios do invisível, permanecendo em busca da essência da existência.