Simbolismo do Arcano XIII - A Imortalidade
Gerar os próprios alimentos, é criar condições para a sobrevivência, é cultivar a própria vida. Assim, este Arcano representa os frutos adquiridos pelo próprio trabalho, e que produzem sementes para um futuro melhor. No plano espiritual, vemos duas flores de papiro que formam uma espécie de umbral ou portal entre os dois planos. Símbolo do conhecimento que é, o papiro pode significar que o portal só poderá ser transposto através do conhecimento. Papiro é uma palavra de origem grega (papyros), que deu origem à palavra papel. Ela deriva de papuro, que quer dizer, o real. Para os egípcios era a imagem vigorosa do mundo em gestação; transformado em colunas, passou a sustentar o templo, que é uma miniatura do universo.
A figura ativa do lavrador ceifando o solo remete à necessidade de abrir espaço para que novas sementes possam germinar no lugar antes ocupado pelo que já está maduro e não pode mais gerar frutos. É uma imagem de transformação e mudança; de um cultivo que deve ser empreendido pelo próprio lavrador no seu trabalho diário.
As flores de lotus, fechando e abrindo a cada anoitecer e amanhecer, são o símbolo do renascimento e das permanentes mudanças sofridas pelo ser humano.
Princípio Hermético
Os nomes herméticos do Arcano – Mors et reincarnatio, Immoretalitas in essentia, permannentia in essentia, transmuttatio energiae – todos eles referem-se à morte física e ao processo de percepção da essência individual independentemente da separação do corpo físico, ocorrida na transição para o Plano Invisível. A transmutação das energias permite ao homem, enquanto encarnado ou não, a capacidade de gerar novas condições para a continuidade da vida, em qualquer estado. Cada progresso na consciência é uma morte num plano inferior.
Princípio Astrológico
Gêmeos morada de Mercúrio - Gêmeos é um signo mutável, elemento ar, facilita a comunicação, os estudos, a fala, a escrita. Mercúrio confere a capacidade de transmissão do conhecimento. Em gêmeos além de grande inteligência, rapidez de pensamento e fala, temos também a expressão da superficialidade, dispersão, mutabilidade excessiva, falsidade, dualidade e mentira.
É difícil impedir a entrada de estímulos externos. Toda atividade ou conversa em seu ambiente é registrada com intensidade na consciência, obrigando as pessoas a lidarem com vários pensamentos e impressões ao mesmo tempo, o que obriga a uma mente ágil e ativa. Porém, a submissão a períodos longos de tensão em situações complexas, poderá causar nos portadores desta Lei nervos em frangalhos, gerando fadiga, confusão e, mesmo, irritação. Precisam, portanto, de períodos de isolamento para se acalmar, meditar e concentrar suas mentes.
Numerologia
Segundo as formas tradicionais que regulam o esoterismo do número, escreveu Hades, o número doze representa o ciclo completo, não podendo ser transmutado senão por uma contribuição exterior, tendo uma mudança de princípio determinado originalmente o ciclo. Eis porque o 13, isto é, 12+1, corresponde ao fim de um ciclo, a morte de um estado para que se possa renascer melhor em outro, no 14.
O número 13 é considerado por muitos de mau agouro. Tal superstição decorre da observação dos inúmeros casos em que a figura central de um grupo de 13 desaparece, como no caso de Jesus, Júlio César, Felipe da Macedônia e outros exemplos. A partir de então se desenvolveu a crença de que sempre que se reúnem 13 pessoas, uma delas está destinada a “desaparecer”.
Na realidade, a crença popular está longe de imaginar a verdadeira causa matemática por trás da Lei que governa esses eventos. Da mesma forma pela qual um círculo pode conter sete círculos menores de um terço do seu diâmetro, também uma esfera, a visão espacial do círculo, pode conter dentro de si treze esferas menores de diâmetro um terço do seu. Neste caso, a décima terceira esfera, a que ocupa o centro, “desaparece”, invisível ao mundo exterior, encoberta pelas doze outras que a circundam – ela “morre” para o exterior.
É extraordinário como o destino parece conhecer e fazer cumprir essa Lei matemática, pois os grandes líderes, políticos, religiosos, militares, rodeados por doze elementos, como nos casos citados e muitos outros, freqüentemente, “desaparecem”.
O arcano está também associado à letra hebraica MEM (m) cujo valor numérico é 40. A aliança com Noé vem após 40 dias de dilúvio; Moisés é chamado ao Sinai depois dos 40 anos em que o povo judeu errou pelo deserto; Jesus enfrenta as tentações do demônio por 40 dias no deserto.
Quarenta corresponde à maturidade alcançada através da força de vontade que faz suplantar as crises por mais dolorosas que possam se tornar. É um número que marca a realização de um ciclo – de espera, de preparação, de provação ou outro qualquer. Um ciclo que não leva à repetição, mas à mudança radical, a uma libertação.
Este número desempenhou papel preponderante nos rituais fúnebres de vários povos, como o número de dias necessário para que os defuntos fossem considerados efetivamente desembaraçados da alma e pudessem ser considerados mortos. Na cerimônia desse dia – a quarentena – era suspenso o luto e terminavam as restrições do resguardo. A quarentena de hoje decorre dessa crença segundo a qual este número simboliza o ciclo da vida e não-vida.