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Lei XVI na 3a Dimensão – Lei da Fascinação

     As conseqüências da ação desta Lei na 3a dimensão são uma decorrência natural de tudo o que já foi comentado anteriormente. A falta de questionamento e de um inquérito interior leva o ser humano a construir as suas Torres. Falsas realidades nas quais se apóia e pelas quais passa a governar a sua vida. Nelas ele se isola e desenvolve uma visão de individualidade que o afasta cada vez mais da integração com o Todo. Como todo bom canalizador de energia, acaba sempre desenvolvendo uma capacidade decorrente da sua própria tendência ao detalhe e à perfeição. Torna-se muito bom naquilo que faz, mas perde a visão do geral e acaba sendo um especialista e, portanto, com muito menores possibilidades de adaptação, qualidade indispensável à sobrevivência dentro do processo evolutivo.

     A força que sente e tenta demonstrar, no entanto, não vem de dentro, do âmago do seu Ser, e sim de uma fonte externa da qual se acostuma a receber alimento. É justamente fora do Ser que o raio cai com toda a sua energia para destruir essa fonte. Como no momento em que se descobre que o “Mestre” eleito como guia é apenas um ser humano, com todas as suas falhas e não tem aquele status de semideus incontrastável e inquestionável que foi a ele atribuído. Como, ainda, quando se descobre que os ideais defendidos não eram tão nobres e honestos como se acreditou todo tempo em que eram professados. Ou quando qualquer estrutura na qual se confiava cegamente decepciona, trai ou abandona, tirando a sustentação e provocando a queda.

     Esta é a Lei que movimenta as revoluções, o sectarismo, o fanatismo esportivo, religioso ou político. A lei que comanda as turbas, as gangs e as multidões ávidas por uma liderança ou uma palavra de ordem. Ela ofusca e interrompe a ligação com a espiritualidade e transforma o objeto da fascinação no seu Deus pessoal. Não há moral ou sentimentos envolvidos, tudo é válido em nome do ideal, da revolução ou da defesa de uma pseudo-honra tribal que tem de ser defendida, pois é a única fonte do alimento que mantém a torre erguida.

     Aqueles que vivem sob a influência desta Lei são pessoas críticas e chegadas à incontinência verbal. Irritam-se com facilidade, estão sempre competindo por algo e costumam perder excelentes oportunidades para ficarem caladas e não se arrependerem amargamente de palavras mal colocadas, em momentos de exaltação, mesmo que com conteúdo verdadeiro.

     Nossa civilização vive uma fase de grande influência desta Lei, onde a disputa e a competitividade são incentivadas desde a mais tenra idade, fazendo com que uns queiram sempre parecer melhores que os outros, disputando desde notas escolares até postos, cargos e empregos, nem sempre dentro dos princípios da ética, o que, obviamente, não faz parte do escopo da Lei.

   O Arcano pode, sem dificuldade, ser considerado uma alegoria da Torre de Babel. A tentativa de alcançar o céu através de uma construção material despertando a ira de Deus é bem uma representação do conteúdo da Lei. Assim como ela atribui àqueles que influencia um senso crítico, mercê do seu conhecimento em determinadas áreas, ela própria exerce uma crítica e mesmo uma verificação do que vem sendo realizado e do caminho que vem sendo percorrido. Caso a “obra” não passe no controle de qualidade, não esteja de acordo com as Leis primordiais que regem as finalidades da existência, de modo a que o equilíbrio universal seja preservado em obediência aos seus padrões cósmicos, vem o embargo, a destruição da obra. Não como castigo ou punição, mas primordialmente, como um ato de amor destinado a mostrar o erro cometido e oferecer uma nova oportunidade de reencontro. O raio é o clarão que pode proporcionar um estado espiritual que poderia ser chamado de “despertar”.

      Viver a Lei 16 objetivamente significa canalizar as energias materializadora para uma região na qual a autoconfiança possa ser desenvolvida através dos sucessos conseguidos pelos seus próprios esforços, idéias e opiniões, levando em consideração todas as ajudas externas que possam ser relevantes, mas sem depender ou se entregar totalmente a elas. É mostrar sempre o mesmo caráter ou índole, quer esteja sozinho, quer esteja num grupo, sem se deixar embriagar pela falsa sensação de poder que ele nos oferece. É reconhecer que os choques recebidos da vida não são sem motivo, mas sim conseqüências de nossos próprios atos ou omissões e tirar deles as lições cabíveis. É aplicar, antes de tudo, a nós mesmos, a crítica que estamos prestes as fazer. É exercer o seu espírito crítico para questionar e não para acusar ou competir.

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