Lei IV na 3ª dimensão – Lei do Ciclo
“Quem cria um ciclo, torna-se responsável pela estrutura da qual o ciclo faz parte”.
Após obter a primeira forma mental, conseguida através do Três, é necessário transforma-la em algo mais definido, uma forma acabada, um pensamento concreto. Nesse momento, consideramos a existência de uma Visão. Não uma visão fantasmagórica ou sobrenatural, mas uma visão de um processo como um todo, de um ciclo, com começo, meio e fim, o qual podemos ver desde o início até o seu encerramento, inclusive os resultados conseguidos.
A visão é uma característica das pessoas empreendedoras que ao perceberem uma oportunidade, sabem exatamente como aproveitá-la, como levar adiante uma ideia para transformá-la em realidade, pois sabem exatamente tudo o que está envolvido. Isto é o que se costuma chamar uma “pessoa de visão”. O quaternário engloba as quatro fases indispensáveis em qualquer processo criativo: Criação / Expansão / Realização / Usufruto.
Se prestarmos atenção, veremos que na natureza estamos cercados pelo número quatro, da mesma forma que por vários outros números envolvidos no processo de criação.
Os 4 Elementos da Natureza : Fogo, Ar, Água e Terra
Os 4 Pontos Cardeais : Norte, Sul, Leste e Oeste
As 4 Fases da Lua : Nova, Crescente, Cheia e Minguante
As 4 Raças Típicas : Branca, Negra, Amarela e Vermelha
As 4 Idades do Homem : Infância, juventude, maturidade e velhice
As 4 Estações do Ano : Primavera, Verão, Outono e Inverno
Os 4 Aforismos Esotéricos : Saber, Ousar, Querer e Calar
As pessoas que possuem ou desenvolvem a capacidade de lidar bem com os quaternários adquirem um atributo que lhes é inerente: A Autoridade. Não se trata aqui da autoridade legal, aquela que decorre da existência de uma regra ou Lei que a fundamenta.
A autoridade do Quatro decorre da percepção da sua legitimidade, ou seja, da crença da legitimidade. O quatro representa um Poder superior que é percebido pelos que se submetem à sua autoridade e ele fala e age em nome desse Poder. Tome–se, por exemplo, a autoridade de um pai. A legitimidade do pátrio poder é sustentada por algo que não está presente, mas é percebido por todos. O executivo principal de uma empresa pode não ser o seu dono, mas fala e age em nome dele, porque está amparado pelo pressuposto da existência de um poder maior por trás dele.
No entanto, esta crença tem que ser alimentada pelo adequado e competente uso da autoridade, sob risco de perder a sua legitimidade. Assim, os que se propõem a manipular os quaternários precisam desenvolver grande familiaridade com os ciclos e processos sobre os quais exercem a sua autoridade. Para isso, devem dominar todos os elementos que constituem a matéria prima do seu trabalho.
Um dos grandes erros em que pode incorrer aquele que tenta dominar a energia quaternária é o de acabar se julgando como a própria fonte do Poder, esquecendo-se de que é apenas o seu porta-voz. Ele faz parte do mundo criado e a sua criação usa a matéria já criada, seu Dom é o de saber como usá-la.
O número quatro está presente nas cartas do Tarô na figura do Imperador representando a energia masculina da paternidade, o regente do mundo material estruturado e regulado pela aplicação da Lei. É o arquétipo do Pai que conhece os caminhos do mundo e como viver dentro dele. Ele mostra o seu amor através do estabelecimento de regras que demarcam o caminho seguro, um amor manifestado de forma diferente da Grande Mãe, embora possa ser até mais protecionista do que ela, uma vez que sempre zela para que a ordem do mundo não seja perturbada. Toda regra imposta pelo Imperador tem uma finalidade e um motivo que, uma vez entendido, pode fazer com que as restrições não pareçam tão severas.
A Lei e o Governo extraem dele a sua autoridade, mas ele não deve ou, pelo menos, não poderia ser corrompido pelo Poder, pois representa a própria origem desse Poder. Ele carrega a legitimidade do Poder Superior a ele outorgado. Esta crença tem feito ao longo da História que civilizações ancestrais, como a japonesa e a chinesa, mantivessem a figura do Imperador, em nome do qual o poder do Governo era exercido, numa tentativa de manter este vínculo de legitimidade que o aproxima do Poder Divino.