A Lei XIX na Terceira Dimensão – Lei do Coletivo
A lei XIX é a transição entre a materialização de um trabalho qualquer e a sua disponibilização para o coletivo ou meio ao qual se destina. A dúvida que pode surgir é a de que, nem sempre, nossas atitudes ou ações são assumidas ou realizadas visando diretamente o coletivo. É preciso não esquecer que o coletivo é o resultado dos seres individuais que o compõem. Nenhum homem é uma ilha. De fato, o ser humano tem pouca ou nenhuma relevância como ente isolado. Existimos dentro de um grande coletivo formado por vários bilhões de seres semelhantes, todos estranhamente interligados no mais profundo nível de seus inconscientes.
Em um sentido mais local e mais restrito, qualquer pessoa vive sempre em função de um certo número de outras, sem as quais seu dia-a-dia perde o significado. São as pessoas de sua família, aquelas com quem mora, as que tem encontrar no ambiente de trabalho, seja como companheiros, seja como clientes, seja como competidores. Além disso, nossas vidas são diariamente invadidas por outras pessoas, mesmo não diretamente ligadas a nós, através da repercussão de seus atos, decisões e atitudes, falando, supostamente, em nome daquele coletivo a que pertencemos e muitas vezes não nos damos conta.
Assim sendo, nada que façamos pode ser considerado como destinado apenas a nós mesmos e, portanto, cada um deve se esforçar para conseguir o melhor para si próprio, pois, assim, estará contribuindo para a melhoria do coletivo. O compartilhar, essência da energia desta Lei, envolve um elevado grau de responsabilidade. O mau desempenho de um ator, por exemplo, pode comprometer toda uma peça teatral.
Compartilhar não é dividir. Quando compartilhamos algo não perdemos a integridade daquilo que possuímos, apenas permitimos que outros também possam usufruir do que temos. A perda da integridade decorre da doação, motivo pelo qual essa atitude deve ser olhada sempre com muito cuidado, para possamos ter a certeza de que temos a disponibilidade necessária. Podemos compartilhar uma experiência, um conhecimento, até mesmo um cobertor, mas não um pedaço de pão, este temos que dividir.
Quando nos dispomos a compartilhar algo, nunca existe a certeza da aceitação, mesmo porque cada um pode ter suas preferências e, sem dúvida, tem o direito de aceitar apenas as suas próprias experiências. Por outro lado, muitas vezes compartilhamos sem perceber. Isto ocorre quando nossas atitudes e atos repercutem no meio ambiente, influenciando outros indivíduos de forma que os leva à aceitação ou à rejeição, conforme sejam atingidos de forma favorável ou não.
Um dos grandes perigos desta Lei é a dependência em relação ao coletivo. Quando isso acontece, as opiniões do coletivo passam a assumir grande importância e podem gerar uma postura muito mais voltada para agrada-lo do que para efetivamente compartilhar algo. As pessoas deixam, então, de ser elas mesmas, não manifestando seus verdadeiros conteúdos, passando a apresentar apenas aquilo que pode agradar o coletivo.
Esta faceta da Lei afeta, invariavelmente, os jovens, ainda sem personalidade formada, que assumem comportamento compatível com a “turma” da qual fazem parte. Daí a importância de observar com cuidado esses grupos para que eles não se deixem envolver por eventuais influências destrutivas. A dedicação a um coletivo elevado e evolutivo carrega os indivíduos para cima, ao passo que, no caso contrário, a energia densa do coletivo vai impedir a sua progressão espiritual.
A energia que sustenta as egrégoras está presente nesta Lei, dando força e apoiando os seus integrantes, sempre que eles parecem fraquejar na busca de seus objetivos. As egrégoras constituem-se, em outros planos de existência, em contrapartidas à formação de grupos nesta dimensão, após a aceitação dos objetivos por estes manifestados.
Um dos coletivos mais importantes e generalizados é a família. Todos, mesmo que não se disponham a constituir uma família própria, têm, pelo menos, uma família de origem à qual estão vinculados por laços mais fortes ou mais fracos. Entenda-se por família não apenas aquela à qual estamos ligados por laços biológicos, mas também, e principalmente, a nossa família espiritual, longe da qual, mesmo que estejamos fartamente acompanhados, podemos nos sentir completamente sós.