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Lei III na 3ª dimensão – Lei do Dono (Lei da Estrutura Primordial)

  

     O número três está presente com grande intensidade em nossas vidas e nem sempre conseguimos perceber a sua importância. Desde os aspectos mais místicos e sagrados das religiões como a Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – no Cristianismo, Brahama, Vishnu e Shiva no Hinduísmo, Osíris, Isis e Horus na cultura egípcia, os três eixos da Árvore de Vida e sua estrutura triangular; passando pelos três reinos da natureza e pela estrutura tríplice do corpo humano; os três Reis Magos, os três porquinhos, os três patetas e chegando até mesmo ao hábito de contar até três quando vamos advertir uma criança que está fazendo uma travessura.

    Até mesmo na gramática o verbo tem três pessoas: a que fala, aquela a quem se fala e a de quem se fala. O número três representa uma neutralização, um equilíbrio, que pode ser visto na balança, que funciona baseada num princípio trino.

     A dualidade é um pressuposto da criação. Para que haja manifestação é necessário que os dois pólos estejam sempre presentes, pois eles se amparam mutuamente e são indispensáveis como elemento fecundante e fecundado na criação. No entanto, a simples polaridade não cria nada – ela se expande indefinidamente – é necessário que ela atinja um estado de equilíbrio.

     A figura do triângulo é a representação deste equilíbrio onde uma terceira força equilibra outras duas confinando suas energias dentro de um espaço no qual ela poderá ser aproveitada e utilizada, impedindo a sua expansão ilimitada sem nada produzir ou manifestar, pois qualquer manifestação energética só ocorre na presença de uma resistência.

    A terceira força é chamada de neutralizadora – ela equilibra a polaridade existente em qualquer manifestação, mas que precisa ser neutralizada, para poder exercer o seu poder criador. A eletricidade é uma energia que se manifesta se lhe for oposta algum tipo de resistência; só assim ela poderá assumir a forma de luminosidade, de calor, de força motriz, ou assumir uma das muitas formas pelas quais presta serviço à humanidade. As vibrações sonoras só se tornam audíveis através da resistência oferecida por um alto falante e assim sucessivamente. Saturno, conhecido como o Limitador, é a atribuição Planetária de Binah, sua forma é a restrição, algo do qual necessitamos. A manifestação de uma força sem restrição não leva a nada, no entanto, quando restringida, essa mesma força tem o dom de se transformar no poder que move qualquer tipo de mecanismo.

     Na vida diária do ser humano as forças envolvidas neste processo são a vontade e o conhecimento, sendo neutralizados pela atividade criativa. Na prática, isto se resume ao aproveitamento das oportunidades. Se desejarmos algo e soubermos como chegar onde queremos, é preciso que, em determinado momento, este processo seja cristalizado e que a energia seja concentrada em algo definido, para que o objetivo possa ser alcançado, da mesma forma como ocorre no útero materno  que é um local que concentra as energias que permitirão o desenvolvimento do feto.

         O Três nos proporciona a primeira visão de uma criação. É a coroação de uma ideia luminosa que, percebe-se, pode tomar uma forma. É o início de um processo do qual nós podemos nos tornar donos, se prosseguirmos com a sua execução. É através do Três que podemos nos tornar donos de nossa própria vida e imprimir a ela os rumos que desejarmos. É a porta de entrada da realidade concreta. O Três tem grande poder de criação e somente através do exercício de seus atributos é que poderemos aspirar a ser donos dos nossos próprios processos na vida.

     Estas características exercem sobre os portadores desta Lei influências muito peculiares que os levam a tentar ser os donos de todos os processos nos quais se envolvem. Uma conseqüência direta é a dificuldade de se submeter a ordens ou de trabalhar para terceiros. Sua submissão é apenas ao Poder maior, suas Leis são nada menos do que as Divinas. Criadores de estruturas povoadas por uma elite por eles definida, preocupam-se com os resultados e não com os detalhes. Têm, normalmente, uma postura aristocrática e uma autoridade que se afirma naturalmente. São pessoas educadas, mas firmes na suas posições.

     O comportamento típico do Três não é o de utilizar a análise lógica para desbloquear a verdade. Ele se vale da contemplação de um símbolo que pode estar na mente ou no coração e que, normalmente, representam uma ideia complexa cuja tradução em conceito é de difícil verbalização. Assim sendo, o Três, sozinho, não consegue materializar nada. É necessário que ele prossiga em busca da realização cultivando e deixando aflorar novos atributos.

     Não é suficiente juntar a matéria prima. Existe envolvido um processo alquímico no qual a criação tem que preservar o equilíbrio do Universo, caso contrário ela não pode vingar.  É preciso entender que o Três é um mediador e não um executor, pois ainda não existe nele realidade concreta. Ele é um limitador, um definidor de oportunidades e do momento exato de materializar as idéias, não estivesse ele ligado a Saturno, ou Crono – o tempo.

     A mediação é indispensável para o prosseguimento do processo criativo. O ser humano é um grande transdutor de energias que possibilita que as energias sutis dos mundos superiores desçam à manifestação e venham a ter uma manifestação concreta. As forças neutralizantes, especialmente o Três, constituem-se na essência dos processos criativos, pois em geral, delimitam os contornos para a aplicação das forças criadoras e permitem o seu desenvolvimento sustentado.

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