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A Lei XII na Terceira Dimensão – Lei do Sacrifício (Sacro-Ofício)

 

    O sacrifício é algo que, nem sempre, consegue ser bem entendido pelos homens. A grande maioria o vê como algo que é feito contra a vontade à custa de grande esforço e sem nenhuma finalidade aparente. Dessas três afirmativas, somente a referente ao esforço pode ser considerada verdadeira, pois a esta altura, já é possível saber que tudo na vida tem um preço a ser pago.

      A Lei do Sacro-Ofício nos fala de capacidade de doação e não de sacrifícios e sofrimentos. Antes de tudo, é bom lembrar que somente podem doar, aqueles que têm algo a oferecer, caso contrário, tentar tirar de si algo que não está disponível, acaba se tornando, realmente, um sacrifício. Os portadores desta Lei são em geral pessoas de grande força interior, possuidoras de um conteúdo rico e variado que precisa ser disponibilizado, não só pela sua própria necessidade de manifestação, como também para atrair novas capacidades e dons.

    Toda ação deve ter uma finalidade, um objetivo definido, voltado para o coletivo ou meio ambiente em que se vive. A doação não deve ser um ato vão, nem tomada como uma obrigação, por quem quer que seja. Todo sacrifício, entendido na sua correta acepção, deveria terminar sempre com um “valeu a pena”... A única coisa que é comum a qualquer sacrifício é que se dá algo em troca de outra coisa que desejamos, de igual valor. Ele será inútil caso não esteja equilibrado e tenha um propósito.

     Aqueles que conseguem perceber isso, dificilmente sentir-se-ão explorados ou pouco valorizados nos seus esforços, pois terão conseguido os resultados desejados, pouco importando a opinião alheia. Retribuição é algo que não pode ser exigido pelos portadores desta Lei, apenas a satisfação de ter alcançado o seu objetivo já deve ser alimento suficiente.

      Saber o que pode ser doado e o que não pode é fundamental para que seja possível ao portador da Lei dizer “não”, quando isso for necessário. Essa capacidade de administrar os recursos internos da mente e do espírito estende-se para a vida diária – no mundo material – fazendo dos portadores desta Lei, quando bem administrada, bons gerenciadores de recursos e projetos.

      É preciso aprender a dizer ‘não’, quando necessário, e parar de achar que se pode arcar com o peso do mundo nas costas. Só é possível doar o que está disponível para doação, caso contrário, os resultados serão desastrosos para as partes envolvidas no processo. Não conseguir dizer não é uma manifestação subjetiva da energia do Arcano, decorrente de uma sensação de obrigação auto-assumida, uma forma de messianismo que deve ser combatida. Uma atitude como essa leva, fatalmente, ao desgaste energético, muito além das possibilidades de doação, tornando-se autodestrutiva e incoerente com o próprio instinto de sobrevivência e com a responsabilidade com a manutenção do próprio caminho evolutivo.

     Dificuldade de cobrar pelos seus serviços, ou ter empregados e não usá-los para cumprir as suas tarefas, são manifestações distorcidas da Lei.

     Esta Lei, como dito,  pode trazer uma tendência ao messianismo, ou seja, encarar tudo como uma “missão”, o que provoca grande desgaste físico pelo excesso de atividades, tornando o seu portador alvo fácil para oportunistas que acabam se acostumando a receber tudo e passam a querer sempre mais e mais. Encontrar a própria missão é algo muito difícil, principalmente porque no nível evolutivo do planeta, pouquíssimos são aqueles que a têm.

     Encontrar o caminho sim. Esta é uma lei importante para os que trilham o caminho evolutivo, pois ele é feito de renúncias e sacrifícios conscientes, feitos em níveis energéticos elevados e sempre de acordo com o objetivo a ser alcançado.  

     A perspectiva pela qual o mundo é encarado sob o enfoque desta Lei está bem de acordo com a representação do Arcano. É uma visão inversa, normalmente em desacordo com o que seria a lógica material, porque esta Lei não vincula a pessoa ao plano material e sim aos planos superiores que é de onde provém o único apoio do Arcano. Seu apoio está no Céu e não na Terra.

     Viver adequadamente esta Lei significa, antes de tudo, seguir os seus sentimentos sem se sentir obrigado a fazer o que não pode, nem se sentir culpado por, em algum momento, não ter conseguido prestar ajuda. É, antes de tudo, compartilhar o que pode ser compartilhado e entender que ajudar não significa, necessariamente, assumir a responsabilidade pelos outros. Sempre que fizermos isso, estaremos, provavelmente, tirando deles a oportunidade de crescimento e de autodescoberta. Ensinar a pescar é muito mais duradouro do que dar o peixe.

     Existem outras maneiras de viver e extravasar esta Lei através da manifestação do conteúdo interior do seu portador na forma de trabalhos artísticos. Muitas pessoas, ainda, manifestam indiretamente esta Lei através de trabalhos com pessoas que estejam passando por situações de sacrifício, sem se envolverem ou assumirem para elas os problemas alheios.

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