Situações Governadas pela Lei XII
As situações regidas por esta Lei quase sempre envolvem algum tipo de sacrifício ou renuncia que precisam ser bem administradas para evitar perdas energéticas, especialmente qundo os resultados não são percebidos os reconhecidos.
Arcano 24 - Rainha de Paus - A Tecelã
Plano Espiritual: No canto esquerdo do arcano vemos a Deusa Hathor amamentando uma criança. Essa deusa simboliza a maternidade e procriação.
Plano Astral: Aparece uma mulher manuseando um tear, que significa os cuidados dentro da eternidade, do tempo, da vida propriamente dita. Ela tem também grande tradição, justamente o que eterniza a humanidade. A figura está virada para o lado direito, indicando que ela é muito ativa dentro de casa; serviçal.
Plano Físico: As flores de Lótus e a serpente simbolizam a vida santificada, ou seja, a subida da serpente pelo eixo central representa o aprimoramento espiritual através do trabalho promovendo a subida da kundalini.
Planeta: Vênus – Amor, beleza, harmonia, busca de equilíbrio e paz.
Lei: 12 (6+6) – Doação e sacrifício em nome da harmonia da estrutura
A Rainha de Paus é devotada ao Lar. É uma fazedora de ninhos; mesmo quando mora sozinha, sua casa reflete cuidados e calor humano, através de flores, artesanato, peças tricotadas ou bordadas. Na mitologia Grega, Héstia (Vesta na mitologia romana) era uma Rainha de Paus introvertida. Era a Deusa da lareira, o fogo central dos lares. As virgens vestais de Roma tinham compromissos com os templos.
Apesar de fazer parte de sua natureza gostar de se relacionar, esses relacionamentos não incluem necessariamente os homens, mas, em geral, escolhe os seus relacionamentos, pois costuma ser inacessível às demandas dos que povoam seus ambientes. Pode ser atraída pela vida religiosa, buscando um relacionamento mais profundo, uma união espiritual. Pode, ainda, por outro lado, ser uma defensora entusiasmada das causas feministas.
Em alguns casos, pode-se dizer que é o arquétipo da “Amélia”, a mulher que renuncia ao destaque em prol da estrutura. É típico também da Lei 12 o grande poder de gerenciamento, que ela aplica na condução do lar, mantendo a sua estrutura básica.
Mulheres que se constituem no ponto de união da família e por isso tornam-se grandes responsáveis pela passagem da tradição para as gerações seguintes.
Representa os aspectos femininos da função sentimento e, quando objetiva, é sempre inspirada por valores e não por processos intelectuais racionais. Quando trabalha, não se preocupa com grande remuneração, pois o que é mais importante para ela é a sua visão daquilo que faz.
Na subjetividade, tudo se inverte. Ela passa a agir a partir da sombra, mas não reconhece isso. Perdendo o foco de seus sentimentos torna-se “emotiva”, sem o ser na realidade, descontrolando-se com qualquer sentimento, causando danos aos que a cercam e a si mesmo. É o caso da mãe que tem explosões de fúria e na manhã seguinte nem se lembra do ocorrido. Ao aprender a conviver com os seus ataques de fúria, a mulher está se reconciliando com a sua Rainha de Paus.
O papel da Rainha de Paus só pode ser desempenhado se ela se tornar um canal para o amor universal, permitindo que seus atributos e qualidades conduzam os outros em direção a esse amor. Este crescimento está representado na parte inferior do Arcano pela subida da serpente através do eixo do equilíbrio.
Sete de Copas – Arcano 44 – O Pensamento
Representação
Plano espiritual inexistente. No entanto, pode ser observado que a coroa de guerra da escultura do Faraó que está em construção, avança sobre este plano, o que indica expectativas positivas em relação ao futuro, refletindo, indiretamente, a vontade do escultor de crescer e ser grande. Isto pode representar uma situação de ação para produzir o futuro.
No plano astral, vemos o escultor, considerado no Egito como um modelador da vida, o criador de um ser que viveria para sempre. Com o nome esculpido na Base na estátua e, posteriormente, através da cerimônia de abertura da boca, ficava assegurada a sua imortalidade, na sobrevivência do Ká.
No plano Físico, o hieróglifo “Tip” ou “Tata”, símbolo da cabeça ou do topo, da parte superior.
Planeta – Saturno – Realizador, crítico e limitador.
Lei Contida – 12 (8+4) – grande conteúdo interior. Inteligência e grande potencial, mas pouca aplicação prática. Dificuldades para ver o caminho.
No naipe de copas a ênfase está na utilização dos dons que cada um traz ou adquire nesta existência. Esculpir uma estátua de tamanho superior ao seu, como faz o artesão da figura, pode significar duas coisas: ou uma supervalorização de suas possibilidades ou, ao contrário, uma insatisfação com aquilo que conseguiu ou com o que consegue manifestar. Neste caso, a presença da Lei 12 aponta mais para a segunda possibilidade.
O aspecto crítico trazido por Saturno contribui para aguçar essa sensação de que o indivíduo poderia fazer melhor ou de que ele não está recebendo o devido reconhecimento pelos seus feitos e dons. Tudo vai depender da maneira como esses dons vão ser utilizados e, principalmente, da vontade que fará uso deles. Atingir o nível almejado não é fácil; a própria influência (8) de saturno se encarrega de criar os obstáculos naturais a serem enfrentados.
A visão que o (4) pode proporcionar, de onde se quer chegar, deve ser usada para encontrar uma maneira ordenada de prosseguir o caminho que, obviamente, irá exigir uma dose de sacrifício, enfrentada com satisfação quando se consegue a visão do objetivo final.
Note-se que neste arcano, predomina no plano espiritual a cor laranja, indicando que as motivações que dali emanam referem-se a aspectos materiais, ou seja, preocupações com a imagem no mundo material o que gera ações também voltadas para essa esfera.
Assim, a presença do Sete de Copas pode indicar um período de dificuldades a serem superadas e que tenderão a gerar uma insatisfação pessoal com o próprio desempenho na busca de seus objetivos. Situações dessa natureza podem ser o estopim de crises existenciais, mesmo que o indivíduo desfrute de boa situação material. É um período de sacrifício que precisa ser encarado com o otimismo que vem do conhecimento do ponto onde se deseja chegar e da certeza de que lá chegaremos.
Seis de Ouros – Arcano 73 – O Amor e o Desejo
Representação
No plano espiritual a figura da deusa Bastit/Sekhmet na sua figuração de Sekhmet. Trata-se de uma deusa solar que na sua representação Bastit corporifica os aspectos protetores do sol, deusa da sexualidade feminina e das relações sexuais felizes. O seu Lado Sekhmet representava o poder destruidor de Rá (o Sol), a defesa da justiça de Ma‘at e a vingança.
No plano astral, um casal de iniciados olha um para o outro num indício de cumplicidade nos seu relacionamento e objetivos, tirando do amor e do relacionamento a força necessária para a materialização desses objetivos.
No plano Material, a serpente e a flor de lótus representando os novos conhecimentos que podem ser adquiridos pelo despertar para uma nova vida ligada às força espirituais
Planeta- Sol – Brilho, clareza de propósitos e clareza de objetivos.
Lei Contida – 12 (1+11) – Doação e sacrifício em benefício de algo maior, da busca da Unidade com o verdadeiro Eu. Abrir mão da individualidade para chegar à Unidade.
O Seis de Ouros representa a busca de uma unidade, entendida como aquele ente superior que nasce das uniões com objetivos comuns. Uma família que nasce da união de um casal, uma egrégora que se forma da união de pessoas em busca de objetivos elevados, em suma, uma reunião de iguais que se propõem, através do compartilhamento de algo, a criar e desenvolver um ente superior.
O naipe de Ouros fala de valores, não importa de que natureza. Assim, este arcano fala também da preservação desses valores, desde a preservação de princípios, de linhagens, até a preservação de bens materiais que podem ser conseguidos através de uniões direcionadas.
Existe sempre algum tipo de riqueza a ser conseguido ou preservado, desde a riqueza material até as mais elevadas, como as que se referem ao espírito e ao conhecimento. As uniões sempre devem ser feitas em busca de algum benefício.
A União, por outro lado, sempre exige algum tipo de sacrifício. Mas, neste nível, o sacrifício é percebido de outra forma, muito além da perda ou renúncia voluntária a algo que se preza. O sacrifício é aqui entendido como uma mudança de forma em energia. Mesmo que determinada coisa saia do nosso alcance, ela continua a existir, de outra forma, graças à lei da conservação da energia que mantém o Universo. Se a energia é encapsulada numa forma, ela se torna estática; ou ela pode ser libertada da prisão da forma e colocada em circulação.
Um sacrifício de qualquer espécie quebra o encapsulamento estático que aprisiona a energia, libertando-a para circular no cosmo. O que sacrificamos numa forma retorna, no devido tempo, sob outra forma.
É preciso, no entanto, estar atento para os aspectos destruidores do sol, representados pela deusa Sekhmet, figurada no Arcano e que “paira” sobre as cabeças do casal. Aí está uma advertência velada, mas significativa para o perigo representado pelo egoísmo e pelo orgulho que tem no primeiro as suas raízes e impedem o exercício do sacrifício que é a essência do Seis de Ouros. Tipheret é uma Sephirah de equilíbrio, de reciprocidade e entrar nela significa possuir e deixar-se possuir. Por outro lado, é preciso estar atento para que a doação não seja unilateral, ou seja, sempre existe o risco de uma exploração pelo meio em que nos encontramos, não excluindo a própria família, caso a escolha não tenha sido correta. Os resultados só advirão do equilíbrio – esforços unilaterais são incapazes de produzir os frutos almejados.
A presença de um Seis de Ouros pode indicar um momento de partilha, de criação de algo novo que venha a se constituir num ente destinado a preservar ou alcançar determinados valores. É um momento que pode exigir sacrifícios que devem ser encarados não como perdas, mas como “investimentos” que certamente gerarão frutos no momento adequado.