TODO MILAGRE PRECISA DE UM SANTO
A frase que dá o titulo a este texto poderia muito bem ser expressa por uma variação do tipo “cada macaco no seu galho”. O que isso quer dizer é que a grande maioria das ações num determinado ambiente, grupo ou organização só poderão ser efetivamente levadas a cabo com a participação de alguém de dentro. No mundo em que vivemos é comum apelar para elementos infiltrados ou para a cooptação de membros do grupo alvo quando se deseja penetrar ou promover algum tipo de interferência num ambiente ao qual não temos acesso. Até mesmo nas situações mais complexas da história da humanidade podem ser encontradas participações de “colaboradores”, para facilitar o desempenho de tarefas que envolvem convívio direto com os grupos alvo.
Se isso é verdade quando falamos de semelhantes, pertencentes à mesma espécie, o que dizer quando considerarmos a interação entre espécies diferentes, com densidades e níveis energéticos completamente incompatíveis? O Princípio da Correspondência ou Analogia vai dar lugar à criação de Egrégoras que se interligam através de vínculos energéticos pelos quais, por uma consequência natural, o mais forte tenta influenciar o mais fraco. No entanto, os dois lados são necessários, pois sem eles as vontades de cada grupo não poderiam ser transferidas entre realidades. E, sim, sempre existirão interesses e concessões dos dois lados. Sempre haverá um preço a pagar. Como ambos precisam um do outro, o Poder dá lugar à astúcia e nesse campo o conhecimento do terreno desempenha papel preponderante.
É comum ouvir afirmações acerca das intenções benignas de vários grupos considerados superiores em relação aos mais fracos ou menos desenvolvidos, tais como, respeito ao livre arbítrio, não interferência, ou qualquer outra atitude protecionista em relação aos “subdesenvolvidos”, o que pode ser visto até mesmo na nossa própria ficção científica, através de famosa “Primeira Diretiva”. Isto, porém, não é uma verdade absoluta.
Em primeiro lugar, uma interferência direta seria impossível no caso de níveis energéticos muito diferentes, pela impossibilidade de interação. Em segundo lugar, isso não seria necessário, pois sempre há a alterntiva da utilização de “agentes” (operadores) infiltrados e com ela a possibilidade de qualquer um posar de inofensivo. Mesmo no caso de uma “Primeira Diretiva”, quando se tratar de níveis energéticos semelhantes, é preciso considerar que ela só seria obedecida pelos canais oficiais, sujeitos a estruturas disciplinares rígidas, deixando sempre aberta a possibilidade de interferências não autorizadas.
Até mesmo no círculo religioso podemos observar a necessidade de “agentes” para permitir o descumprimento de um Princípio básico e foi daí que tirei o título deste artigo. Não se ouve falar que Deus tenha feito diretamente um milagre. Eles são realizados sempre através de um Santo. Neste caso, é claro, este Princípio é aproveitado para exercícios de manifestação de poder pela Igreja, através de processos exclusivos de canonização. Mas a simples existência desses processos confirma a tese e estabelece a necessidade de uma mediação.
Da mesma forma, qualquer evento precisa de um líder local para conduzi-lo, que conheça o seu ambiente e aqueles que ali vivem. Conflitos, guerras, terrorismo, matanças, tudo está sujeito a interferências por agentes locais, infiltrados ou cooptados, até mesmo os milagres.
Vejam o que acontece hoje no Planeta. Ideologias conflitantes, em todas as áreas, seja no conhecimento, na política, nos costumes, na economia, enfim, uma confusão generalizada, que só pode ser reflexo do Princípio da Correspondência (Analogia) que também poderia até ser enunciado como “pau que dá em Chico, dá em Francisco”.
No entanto, ressalve-se que os comentários aqui feitos não implicam automaticamente em considerar perigosa qualquer presença desconhecida detectada no nosso meio. Significa, isso sim, que qualquer energia com a qual se tenha contato deve ser corretamente avaliada e conhecida. As abelhas, por exemplo, são pequenos animais maravilhosos extremamente benéficos para a natureza e para a vida humana, mas para usufruir de seus benefícios é preciso conhecê-las e interagir com elas de um modo que seja seguro para ambas as partes, pois qualquer descuido pode trazer consequências muitas vezes imprevisíveis.